
Ontem desesperados dançamos a louca dança do prazer, havia saudades, havia fome, havia urgência nos corpos que se enroscavam, se misturavam, se agrediam de sensações.
Toquei-te invadindo a tua pele, buscando o conforto da forma certa, toquei-te como se te descobri-se pela primeira vez, toquei-te com sofreguidão de quem quer mais e mais...
O teu corpo respondia, da tua boca em palavras de emoção incentivavas-me a continuar.
Despimo-nos com brusquidão, ali na porta da entrada deixando espalhadas pelo chão as provas da nossa luxúria.
Empurro-te porque quero admirar esse corpo transtornado de desejo... puxo-te porque quero sentir a tua tesão no meu corpo...
As palavras saem em baixo tom, enroladas entre beijos e línguas de toques electrizantes.. nem sempre o diálogo é claro, nem sempre o diálogo é diálogo... são palavras soltas, são pedidos de socorro porque o desejo queima... porque os corpos ardem.
As tuas mãos inquietas não param, tocam o meu corpo como se procurassem a verdade, como se ao tocar-me se realiza-se o desejo... são gemidos de prazer e os nossos corpos entrelaçados caminham pela casa em busca da cama. Quero-te todo, quero-te sentir no meu corpo, nas minhas mãos, na minha boca... quero o teu cheiro, quero o teu desejo, quero o teu suor feito prazer a molhar gota a gota o meu corpo...
Ultrapassamos o racional, ultrapassamos o convencional e nada mata esta urgência que vibra e nos faz tremer no desejo de que não acabe.
Os corpos rolam em vertigem, os corpos encaixam e desencaixam com uma perfeição quase mecânica como se fossemos unos... a minha língua busca a tua porque preciso do teu sabor, as tuas pernas enroscam o meu corpo, as tuas mãos esmagam as minha mamas em gemidos de prazer... quero a tua boca em mim.... quero a tua boca na mais recôndita das curvas, quero a tua boca a despertar prazeres desconhecidos, intensos e perversos...
Mas também te quero dentro de mim...
Mas também te quero na minha boca...
Mas também te quero ouvir a gemer e a abanar com a cabeça porque o prazer que te dou descontrola os sentidos
E os corpos tremem e a electricidade estala em movimentos frenéticos eté que caí o silêncio em suspiros de tranquilidade.
As mãos não param porque a corrente que nos une ainda presente move a necessidade do sentir...
Passo as mãos pelo teu rosto molhado de suor, passo as mãos pelo teu corpo cansado, passo as mãos pelo teu sexo húmido de mim e de ti... e busco as tuas mãos e coloco-as no meu sexo para que percebas como ainda pulsa, como está transtornado de sensações, inchado, latejando desse orgasmo que explodiu em mim...
Sorrio na moleza do cansaço, beijo-te o braço e lambo esse suor com sabor a mar... sorris e fechas os olhos
foto de: Joris Van Daele
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