segunda-feira, setembro 11, 2006

uma vez não basta... devora-me outra vez

FOTO de: Eugeny Kozhevnikov

Os dias passam iguais... não, não são iguais como antes de vos conhecer...

Ainda sinto o cheiro, ainda sinto o toque quando fecho os olhos... ainda sinto as vossas línguas em mim languidas, doces, provocadoras...

Ainda sinto o desejo nos sentidos, ainda não estou saciada... quero mais
.
Quero mais de cada um, quero mais de nós, quero mais de ti...

Houve desejo, houve curiosidade mas mais do que tudo cumplicidade revestida de receios.

Pequenos medos de não dar tudo ou de querer dar demasiado...

A tua boca... como é possível esquecer a ansiedade que trazias na boca, as tuas mãos... como é possível esquecer o frenesim disfarçado de calma e segurança?

Olhar o amor acontecer, ouvir o desejo gritar, beijar enquanto estremeces de paixão nos braços de outrem...

Os nossos corpos transpirados deixando marcas nos lençóis negros, as gotas de suor que afastamos entre risos de alegria porque é suor que nasce do desejo feito movimento, do movimento feito selvagem...

Mais uma vez... mesmo exaustos... mais uma vez porque é bom... porque o teu olhar pede e o teu corpo ainda geme...

Desfilamos nus... calmamente roçando o corpo nas passagens. Olhamos agora o que não vimos antes porque a urgência não deixou - tens um peito lindo que apetece beijar, tens uns olhos meigos e uma pele macia.

Nós sabemos que uma vez não basta...

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